O que falavam por aí ela sabia muito bem - uma louca, devassa, corrupta... Era mesmo, não podia o negar, louca de rasgar roupa, tirar sangue, borrar o batom vermelho no colarinho recém engomado só pra manchar, e dizer eu te amo, uma, duas, mil, quantas vezes fossem necessárias, com a voz abafada de amante fatal. Aquela loucura inebriante lhe confiava nos olhos um brilho a mais, uma essência de artista desvairada que não poderia ser contida por nada que não fosse no mínimo sobrenatural, um segredo de viúva negra a tecer a armadilha perfeita com a habilidade de uma dama.
A sua teia ela entrelaça no arfar do peito, vestida de intrigante mistério negro, os cabelos soltos e a renda a mostrar-lhe o colo, como desafio ao frágil pudor. Espera, com a falsa paciência do faminto, o jantar que demora a sair.
Assim que ele abrir a porta, o seu olhar mortal o encontrará já desprotegido, imóvel em seus palpos de aranha, e quando finalmente o homem adentrar totalmente no vestíbulo, sua alma já estará há muito entregue ao diabo.
Bravo!
ResponderExcluirvindo do dono de pensamentos casmurros, me sinto lisonjeada hahaha,
ResponderExcluiraté.
adorei!
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